A noite chegou. Esse é o momento quando tu disseste que a tua dor começa inflar. Sabes aqueles momentos em que não tens ninguém com quem conversar? Todos estão dormindo, ninguém para compartilhar. É um encontro contigo mesmo! Nesse momento, tua mente viaja, os medos afloram, e a noite demora pra passar. Claro que podias anestesiar tuas emoções que, de pirraça, insistem em te acompanhar. Queres colocá-las para fora, sem diálogo, sem demora, implorando-as para não ficar.
Alguém um dia te disse para fazer diferente; e, assim, convidar todas as emoções para entrarem, sentarem e se aconchegarem no teu colo. Que loucura é essa? Tu pensaste! Como dar conta de tanta agonia ? Mas experimentaria e veria aonde tudo daria. Tiveste um insight, pegaste papel e lápis e te vingarias das emoções que te faziam mal. Colocaste no papel tudo o que sentias e o que te fazia chorar. Escreveste a noite toda sem parar. Aprisionaste tuas emoções naquela folha de papel, sem fiança para libertá-las.
Releste várias vezes o que havias escrito naquele espaço. A partir daquele dia, deixarias mais livre o teu coração. Ele ficaria mais leve, e tu respirarias melhor. Sabes aquelas coisas de que não precisamos mais e que colocamos no quarto do fundo ou no sótão? Tuas emoções avassaladoras ficariam guardadas em outro lugar. Nas folhas do teu diário, um lugar seguro para elas ficarem.
Autora: Élide Cristina S. Oliveira
Texto registrado na seção de direitos autorais da Biblioteca Nacional. Todos os direitos reservados à autora.
Foto: By @nois7
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